Química Verde: Adsorventes Magnéticos

                                                Giovanna Caroline dos Santos Fernandes

Atualmente o pensamento ecológico e a preocupação com o meio ambiente são assuntos que estão ganhando cada vez mais foco nas pautas e hábitos na vida de cada vez mais pessoas ao redor do mundo. Redução na produção e descarte correto de resíduos, reciclagem, redução na produção de CO2, reeducação e reuso da água e limpeza de afluentes são apenas alguns pontos considerados nesse processo. Hoje, vos escrevo sobre este último, limpeza de afluentes, e como uma ideia, desenvolvida por mentes geniais, pode ser uma alternativa ultra viável para a solução desse problema: os adsorventes magnéticos.

Mas, não vamos colocar o carro na frente dos bois. Primeiro de tudo, o que são adsorventes? As propriedades adsortivas relacionam-se com a capacidade do material imobilizar, na sua superfície, espécies presentes no ar, na água ou no solo. Materiais com capacidades adsortivas são denominados de adsorventes. O carvão ativado é um dos materiais adsorventes mais conhecidos e utilizados.

No entanto, quanto menores as partículas de adsorvente, mais difícil é sua separação da solução aquosa. A separação magnética é uma técnica eficaz para a separação de partículas magnéticas e é utilizada para várias aplicações, visto que possui a vantagem de ser veloz e facilmente aplicável em operações de grande escala, além de ser automatizada com facilidade. As partículas magnéticas podem se combinar com grupos funcionais ou compostos inorgânicos, formando os compostos magnéticos. Estes, por sua vez, podem ser convenientemente recuperados por separação magnética, evitando os passos de filtração, que representam uma barreira para a aplicação de materiais de alto desempenho em processos de recuperação ambiental e no tratamento de grandes volumes de soluções aquosas.

Mas calma, o que fazer com os resíduos retirados dos afluentes? Como os compostos de metais pesados são, em sua grande maioria, tóxicos e alguns deles até cancerígenos, eles acabam por afetar a qualidade do ambiente quando lançados através de efluentes sem o devido tratamento. Sendo assim, a utilização de adsorventes magnéticos é uma das opções sustentáveis para tratar recursos hídricos. Após usar os adsorventes magnéticos no efluente desejado, alguns materiais extraídos do contaminado podem ser reutilizados de novo na indústria para que sejam reaproveitados como matéria prima de novos produtos metálicos como níquel, cobre e prata. Esses metais têm um grande valor comercial agregado, fazendo com que a extração desses metais também gere retorno financeiro.

Muito bem, mas qual é a moral dessa história?

Como foi apresentado, a utilização dos adsorventes magnéticos é um processo indiscutivelmente sustentável, prático, relativamente simples e que contribui tanto para o âmbito econômico quanto social e ambiental do país. Sua aplicabilidade varia entre a limpeza de afluentes até a recuperação de metais com alto valor monetário, o qual traria retorno financeiro para o país sem agredir o meio ambiente.

No entanto, o desenvolvimento e utilização dos adsorventes magnéticos ainda não alcança a escala industrial. Devido a falta de investimento financeiro à pesquisa e academias, muitas ideias ecologicamente geniais ficam estagnadas em seus planos iniciais, dificultando um desenvolvimento industrial, social, acadêmico e econômico sustentável. Logo, é de extrema importância que a população e gerações futuras tenham essa consciência de abraçar o novo. Acreditem quando eu escrevo, caros leitores, soluções para problemas ambientais temos de sobra, o verdadeiro "x" da questão é a falta de investimento e de espaço para que estas soluções sejam postas em prática.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FERREIRA, Angela de Mello, Cadernos Temáticos de Química Nova na Escola. Maio 2014. N°8, p. 30-38. Materiais Funcionais para a Proteção Ambiental.